A mulher de vermelho
- Odilon Júnior
- 14 de mar. de 2023
- 2 min de leitura

Conto 01
Isso aconteceu há muitos anos. Uma amiga e eu fomos caminhar. Aqui no vilarejo há asfalto, mas só perto das casas. Indo para outras cidades, é terra e cascalho. Nós subimos o morro, passamos pelo cemitério e andamos mais alguns quilômetros antes de voltar.
O dia estava normal: céu azul, algumas nuvens no céu e um calor terrível no fim do dia. Devia ser por volta das cinco e meia da tarde quando vimos aquela cena estranha.
Estávamos caminhando e conversando na estrada. Dos dois lados, era só pasto, não havia nem vacas naquele horário. Quando olhamos para a frente, vimos uma mulher de vermelho caminhando também, mas suas roupas eram diferentes das atuais. Achamos que era uma amiga nossa.
- Jaine! Espera a gente! - nós gritamos, mas a mulher nos ignorou. A distância entre nós era grande, teríamos que correr para alcançá-la antes de ela chegar na curva. Então, só apertamos o passo para alcançá-la depois, perto do cemitério.
Caminhamos rapidamente e a chamamos outras vezes, mas não houve resposta. A mulher chegou à curva e virou. Depois de um tempo, nós também viramos. Mas onde estava a mulher? Não havia mais ninguém na estrada e isso nos deixou muito assustadas.
Havia apenas um arbusto na curva que cobria um pouco da visão. Procuramos observando onde ela poderia ter se escondido, mas não havia ninguém ali e não sabemos o que vimos realmente. Vimos uma mulher de vermelho e depois ela sumiu.
Essa história foi contada por uma prima há muitos anos, pouco depois de ela ter presenciado essa aparição. Esse fato foi um dos pontos iniciais para a construção do livro "A Mulher de Vermelho".
Conto 02
Este, meus caros amigos, foi presenciado por mim, Odilon Júnior. Há alguns anos, cerca de um ou dois depois de ter ouvido a história contada por essa minha prima, ouvi boatos em meu vilarejo de que essa "mulher de vermelho" havia aparecido novamente. Fiquei curioso e até pedi para me levarem ao local das aparições, mas sempre recebia respostas como "não", "você está louco", "não volto lá", etc.
No dia em questão, Rafaela, Nataniel e eu fomos até a cidade vizinha, Lagoa Grande, para conversar, tomar sorvete e encontrar alguns amigos. Voltamos tarde. Eu estava morrendo de sono e nem me dei conta do local em que estávamos chegando, a ponte. Esse foi um dos locais mencionados na história que me contaram, e vou reforçar aqui que foi mencionado mais de uma vez.
O carro começou a falhar, o farol piscou e eu, morrendo de sono e cochilando, disse: "Vai me dizer que a mulher de vermelho vai aparecer aqui?". "Uai! Está acontecendo o que o povo diz", exclamou Rafaela. "Mas tem que olhar para trás, não é?" completou Nataniel. "Uma pena que eu vi a sua mão ligando e desligando o carro e mexendo nos faróis, né!?", retruquei.
Bem, a brincadeira dos meus primos não passou disso. Rimos e fomos embora. Obviamente, estando ali, observei o entorno e procurei por algo, mas não vi nada. Uma pena, né!?
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